As nossas Danças
Os malhões, os viras e o fandango minhoto/galaico são as danças predominantes de Vila Verde,
aquelas onde o seu folclore assenta, embora outras, como as chulas e as consideradas generalizadas (Regadinho, Siga a Roda e o Ramalhinho), que são modas de menor importância, dele também façam parte.
Na verdade, o malhão, que é a dança padrão de Vila Verde e do Baixo Minho, que tem origem nas malhadas, essa tradição agrícola, já em desuso, em que a força do homem e do malho se igualavam e o suor do rosto se misturava com o doirado das espigas, está na alma do povo Vilaverdense que o canta e dança com entusiasmo, fazendo dele o verdadeiro ex libris e um cartão de visita do seu folclore.
Em Vila Verde os MALHÕES são todos dançados em roda e constituídos por meias e voltas inteiras, possuindo ainda uma característica que os define e os tornam muito apreciados em todo o país “o traçado”.
O VIRA, dança eminentemente popular e que tem grande implantação neste concelho, está muito enraizada nos costumes do seu povo. A dança do vira, que é a dança padrão do Alto Minho, que poderá ter expressão apensa num par (o malhão tem-no no conjunto), é dançado em Vila Verde, com uma ou outra diferença coreográfica, em roda, em cruz, em oito, em linha e trespassado. Em roda poderá sê-lo com mais ou menos pares, mas já em cruz, em oito e por vezes em trespassado, isso não acontece.
Em cruz é dançado por um ou dois grupos de quatro pares; em oito não necessariamente com oito pares, mas sempre em número par; e trespassado igualmente por um ou por dois grupos de quatro pares.
Há quem considere, e nós estamos inteiramente de acordo, que o FANDANGO MINHOTO/GALAICO é a apoteose do folclore de Vila Verde, seu verdadeiro ex libris. Efectivamente, o Fandango minhoto/galaico, que tem origem numa faixa compreendida entre a Galiza e o Baixo Minho, encontra em Vila Verde uma espécie de naturalidade, tal é a sua relação familiar com os costumes do seu povo.
O Fandango minhoto/galaico dança-se em linha, em duas filas frente a frente, uma constituída por homens e outra por mulheres. A sua identificação verifica-se sempre que os pares tomam a posição de “serrar”, altura em que se observa um género de sapateado em círculo. Os seus tempos são os mesmos do vira, razão pela qual é tratado como tal, sendo designado inclusivamente por Vira Velho ou Vira de Vila Verde.
Na verdade, as duas danças parecem ser a mesma, embora Gonçalo Sampaio estabeleça para cada uma delas a seguinte distinção/regra métrica: Os viras em redondilha menor; os fandangos em redondilha maior.
Existem várias versões quanto à origem da CHULA. Poderemos adiantar, no entanto, que no Minho elas não abundam, isto relativamente ao Douro onde são férteis. Parece-nos, pois, que a chula é mais duriense do que minhota, excepção feita a Guimarães, região periférica do Douro, que tem ali uma grande implantação, e que Pedro Homem de Melo considerava o berço da chula duriense.
Em Vila Verde a chula dança-se em roda (a mais usual), em linha, de ir à frente e agarrada. Todas as chulas dançadas em Vila Verde parecem ter origem na parte norte e noroeste do concelho, que sofre algumas influências dos concelhos vizinhos de Ponte da Barca e Ponte de Lima, ambos pertencentes ao distrito de Viana do Castelo, concelhos onde julgamos que a chula se implantou mais do que no nosso.
Outras danças como o Regadinho, o Ramalhinho e o Siga a Roda, que são danças GENERALIZADAS, isto é que nascem em determinado sítio e que se vão alterando ligeiramente conforme o seu percurso, completam o folclore de Vila Verde. Destacamos destas o Regadinho, pela popularidade que tem em Vila Verde, pela penetração da sua música no íntimo do seu povo, e de quem Pedro Homem de Melo tecia as melhores referências considerando-o dos mais originais de toda a região do Baixo Minho.