O Grupo Folclórico de Vila Verde foi fundado em 1958 com o intuito de preservar e divulgar as tradições etno-folclóricas do concelho de Vila Verde, representando a região do Baixo Minho – Cávado onde se encontra inserido.

As nossas Danças

Os malhões, os viras e o fandango minhoto/galaico são as danças predominantes de Vila Verde

Os malhões, os viras e o fandango minhoto/galaico são as danças predominantes de Vila Verde,

aquelas onde o seu folclore assenta, embora outras, como as chulas e as consideradas generalizadas (Regadinho, Siga a Roda e o Ramalhinho), que são modas de menor importância, dele também façam parte. 

 

Na verdade, o malhão, que é a dança padrão de Vila Verde e do Baixo Minho, que tem origem nas malhadas, essa tradição agrícola, já em desuso, em que a força do homem e do malho se igualavam e o suor do rosto se misturava com o doirado das espigas, está na alma do povo Vilaverdense que o canta e dança com entusiasmo, fazendo dele o verdadeiro ex libris e um cartão de visita do seu folclore.

Em Vila Verde os MALHÕES são todos dançados em roda e constituídos por meias e voltas inteiras, possuindo ainda uma característica que os define e os tornam muito apreciados em todo o país “o traçado”.

O VIRA, dança eminentemente popular e que tem grande implantação neste concelho, está muito enraizada nos costumes do seu povo. A dança do vira, que é a dança padrão do Alto Minho, que poderá ter expressão apensa num par (o malhão tem-no no conjunto), é dançado em Vila Verde, com uma ou outra diferença coreográfica, em roda, em cruz, em oito, em linha e trespassado. Em roda poderá sê-lo com mais ou menos pares, mas já em cruz, em oito e por vezes em trespassado, isso não acontece.

Em cruz é dançado por um ou dois grupos de quatro pares; em oito não necessariamente com oito pares, mas sempre em número par; e trespassado igualmente por um ou por dois grupos de quatro pares.

Há quem considere, e nós estamos inteiramente de acordo, que o FANDANGO MINHOTO/GALAICO é a apoteose do folclore de Vila Verde, seu verdadeiro ex libris. Efectivamente, o Fandango minhoto/galaico, que tem origem numa faixa compreendida entre a Galiza e o Baixo Minho, encontra em Vila Verde uma espécie de naturalidade, tal é a sua relação familiar com os costumes do seu povo.

O Fandango minhoto/galaico dança-se em linha, em duas filas frente a frente, uma constituída por homens e outra por mulheres. A sua identificação verifica-se sempre que os pares tomam a posição de “serrar”, altura em que se observa um género de sapateado em círculo. Os seus tempos são os mesmos do vira, razão pela qual é tratado como tal, sendo designado inclusivamente por Vira Velho ou Vira de Vila Verde.

Na verdade, as duas danças parecem ser a mesma, embora Gonçalo Sampaio estabeleça para cada uma delas a seguinte distinção/regra métrica: Os viras em redondilha menor; os fandangos em redondilha maior.

Existem várias versões quanto à origem da CHULA. Poderemos adiantar, no entanto, que no Minho elas não abundam, isto relativamente ao Douro onde são férteis. Parece-nos, pois, que a chula é mais duriense do que minhota, excepção feita a Guimarães, região periférica do Douro, que tem ali uma grande implantação, e que Pedro Homem de Melo considerava o berço da chula duriense.

Em Vila Verde a chula dança-se em roda (a mais usual), em linha, de ir à frente e agarrada. Todas as chulas dançadas em Vila Verde parecem ter origem na parte norte e noroeste do concelho, que sofre algumas influências dos concelhos vizinhos de Ponte da Barca e Ponte de Lima, ambos pertencentes ao distrito de Viana do Castelo, concelhos onde julgamos que a chula se implantou mais do que no nosso.

 

Outras danças como o Regadinho, o Ramalhinho e o Siga a Roda, que são danças GENERALIZADAS, isto é que nascem em determinado sítio e que se vão alterando ligeiramente conforme o seu percurso, completam o folclore de Vila Verde. Destacamos destas o Regadinho, pela popularidade que tem em Vila Verde, pela penetração da sua música no íntimo do seu povo, e de quem Pedro Homem de Melo tecia as melhores referências considerando-o dos mais originais de toda a região do Baixo Minho.

RECOLHA DAS DANÇAS

A maioria das Danças recolhidas pelo Grupo Folclórico de Vila Verde são consideradas de tradição popular, ou seja, aquelas cuja inclusão foi feita no Grupo sem vir de recolha específica, isto é, são aquelas que desde sempre e com a mesma coreografia, o povo desta área territorial dançava de maneira espontânea nos terreiros, festas, romarias e ainda em alguns finais de trabalhos agrícolas. Desta forma, a confirmação foi feita por observação direta e através de testemunhos orais.